papel de parede

sábado, 20 de novembro de 2010

Para que e o que é Arteterapia?


As vantagens da arte como palavra

Quando se fala em terapia, a primeira coisa que vem à cabeça é alguém deitado em um divã e um analista com um bloquinho de anotações. Pare agora para imaginar uma sessão de terapia onde o paciente usa fotos, colagens, música e imagens como discurso e objeto de análise. A Arteterapia funciona assim: a arte dá voz ao que se passa no interior de cada um.

Princípios

A Arteterapia é baseada na crença de que os recursos artístico-expressivos contribuem para a expressão e comunicação de sentimentos, pensamentos, vivências, tendo a vantagem de quebrar a barreira da palavra.

"A linguagem simbólica, que é a da arte, é a mesma "falada" pelo inconsciente. Para algo fazer sentido é preciso que a dimensão simbólica seja acessada. Quando nos expressamos artisticamente, nos abrimos para um diálogo interior em que o inconsciente mostra o que está nos "bastidores" da psique, nos colocando em contato com sentimentos que estão na base de nossos comportamentos e atitudes, promovendo questionamentos e transformação. Arte ajuda a desenvolver potencialidades que nos tornam mais ricas e integradas", explica Patrícia Pinna Bernardo, coordenadora da Pós-graduação em Arteterapia e da Pós-graduação em Arteterapia Aplicada: saúde, artes, educação e organizações (UNIP).

"A abordagem utiliza recursos como poesia, contos, música, escultura e jogos com foco no desenvolvimento humano ou terapêutico", explica Gislene Nunes Guimarães coordenadora da CENTRARTE - Centro de Estudos em Arteterapia, Psicologia e Educação/FAVI, em Porto Alegre.


Como funciona?

Aline Cabral, artesã e arteterapeuta, pontua: "A partir de análise das reuniões iniciais, onde conversamos com o grupo ou com o paciente, partimos para um diagnóstico do que deve ser trabalhado e sugerimos os métodos que poderão ser usados". Tudo varia de acordo com o contexto (hospital, instituição) e com o público (criança, idoso, adulto).


Patrícia detalha o processo: "As primeiras atividades vão ajudar a pessoa a se sentir confortável e acolhida no espaço terapêutico (formação do vínculo), a se apresentar e olhar para o seu percurso de vida, a se perceber melhor (como ela se vê e se coloca no mundo), a entrar em contato com o que pede a sua atenção especial (o conflito atual). Ou seja, é feito o diagnóstico do que a pessoa precisa trabalhar em si. Depois o arteterapeuta propõe atividades que ajudem no trabalho dessas questões. A pessoa também pode sugerir as técnicas (pintura, modelagem, colagem etc)".


Aline cita como exemplo o trabalho que desenvolveu em uma instituição voltada a recuperação de viciados: "Eles falavam da saudade que sentiam de suas origens, a atual falta de identidade e a busca por um local no mundo. Logo vimos que deveríamos trabalhar o elemento terra, de diferentes maneiras. A partir de um tema sugerido para cada sessão, um trabalho artístico era feito. Em um deles, levamos sementes, areia e usamos em colagens que representassem o que estavam sentindo. Em outro, trabalhamos contos e fomos para o Jardim Botânico, para que vivenciassem realmente características da terra: o cheiro, o contato, a natureza".

Ela conta que transformações eram percebidas a cada sessão. Se antes eles chegavam receosos e muito desconfiados, aos poucos foram se soltando e se sensibilizando. "A arteterapia provoca uma reação, instiga. Nesse grupo, muitos tinham problema de cognição, não conseguiam formar uma frase inteira, uma linha de pensamento, em decorrência do uso excessivo de drogas. Conseguimos melhorar a autoestima deles pela arte, pelo trabalho manual. Era claro: a cada sessão, a confiança no nosso trabalho e neles mesmos melhorava e se traduzia no próprio asseio e cuidado com higiene e roupas", completa.

Gislene conta que o trabalho mais marcante foi desenvolvido com um grupo de mulheres vítimas de violência e que, portanto, tinham dificuldade de estabelecer uma relação completa com o outro. "Durante 6 meses, em encontros semanais, foram trabalhadas a criança interior que não recebeu o afeto e cuidado esperado, a adolescente que muito cedo viu que o príncipe era um sapo, diante de uma gravidez precoce. Foi um grande desafio despertar do sono e da inércia esta mulher adulta, regatando o encantamento de ser responsável pelos seus sonhos e autora do enredo de uma nova história".


A Arteterapia é indicada para crianças e famílias, além de atender indivíduos com deficiência ou perdas decorrentes de patologias. "No caso da terapia familiar, os recursos artístico-expressivos têm a vantagem de diminuir a distância existente entre crianças e adultos, com a criança dispondo de um meio de expressão daquilo que deseja comunicar no setting terapêutico", explica Maíra Bonafé Sei, diretora do conselho da Associação de Arteterapia do Estado de São Paulo.


Para pacientes que estejam imobilizados ou não possam produzir com as mãos, são aplicados recursos como o músicas, expressão corporal, contos de fadas e mitos. Ou seja: tudo é adequado à limitação de cada um.



Patrícia complementa: "Os recursos facilitam a expressão de sentimentos, podendo acelerar muitas vezes o processo terapêutico. Para pessoas que apresentem dificuldades em colocar em palavras o que estão vivenciando e sentindo, como em casos traumáticos (violência, abuso, luto), e entre crianças e adolescentes, para quem geralmente é mais fácil se expressar através da linguagem não-verbal, a Arteterapia oferece uma linguagem mais acessível, trazendo a dimensão do prazer aliada ao processo terapêutico, o que ajuda a tratar questões que, de outra forma, seriam extremamente dolorosas de trabalhar".

Seria então a Arteterapia mais indicada para os introspectivos? Patricia responde: "Ela tanto ajuda pessoas mais introspectivas a se expressarem de forma mais fluída, quanto ajuda pessoas menos introspectivas a silenciarem a sua mente e ouvir mais o seu coração, o seu inconsciente, sendo indicada em ambos os casos".




Serviço:


- Patrícia Pinna - www.patriciapinna.psc.br

- CENTRARTE - Centro de Estudos em Arteterapia, Psicologia e Educação/FAVI, em Porto Alegre

- Aline Cabral - Artesã e arteterapeuta

- Associação de Arteterapia do Estado de São Paulo - www.aatesp.com.br

matéria tirada do site:http://www.bolsademulher.com/mundomelhor/arteterapia-103334-2.html


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sexta-feira, 16 de julho de 2010

MEUS SCRAPS









Gente,
Fiz um mini-albúm para minha filha.
Não reparem, pois como fotógrafa, passaria fome.
xoxo
Crica

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quinta-feira, 29 de abril de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

SCRAPBOOK



Gente,
Amo Scrap!
Essas são páginas de scrapbook que aprendi oficialmente com a Simone Oppes.
Seu site é : sisiscrap.blogspot.com
bjim

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Arte - Terapia - A Arte de conhecer a si mesmo


A arte de conhecer a si mesmo
Aristóteles afirmava que o objetivo da arte era representar o significado interno das coisas. Hoje, essa forma de expressão é reconhecida como uma via com fins terapêuticos

por Cristina Almeida

Rituais de cura

Desenhos são símbolos. E ao longo da história, em todas as culturas, muitas manifestações artísticas - dança, música, esculturas, pinturas corporais ou na areia etc. - têm sido usadas pelo homem em seus rituais de cura. A explicação para isso é que todas essas atividades possibilitam a decodificação das sensações.

Em uma sessão de Arteterapia, esse ritual se repete. A criação acontece de forma espontânea, sem preocupação com padrões estéticos. Entre os instrumentos utilizados estão pintura, colagem, modelagem, fotografia, tecelagem, expressão corporal, teatro, sons, músicas ou criação de personagens. Os resultados são muitos, rápidos e profundos, pois a arte possibilita a cura por meio da expressão das emoções e da ampliação da percepção do mundo subjetivo (consciência). Observando a própria obra, o paciente tem a oportunidade de comentar o que vê e percebe, além de identificar o que pode ser reformulado em sua vida.

Valéria Gestivo, consultora de Arteterapia do departamento de Saúde Mental da Secretaria da Saúde de Palermo, e integrante do corpo docente da Arte Terapeuti Associati, com sede em Milão (Itália), fala que a arte, em si, representa "um veículo de liberação das angústias e do desconforto. Ela expressa a potencialidade e a realidade humana, mas também é um instrumento para compreender a si mesmo e até resolver algumas dificuldades".

Essas formas de se vivenciar as feridas emocionais permitem vislumbrar novas perspectivas. "A imagem em um pedaço de papel é uma mensagem de você para você mesmo. Como a arte é uma metáfora, ela proporciona a descoberta de possibilidades", afirma Selma Ciornai, psicóloga e psicoterapeuta, supervisora e coordenadora acadêmica do curso de Especialização em Arteterapia do Instituto Sedes Sapientiae, em SP.

Sob orientação

Para usufruir dos benefícios dessa terapia, não basta a prática de alguma atividade criativa. Segundo as especialistas, esse tipo de exercício é sempre relaxante e saudável, mas não significa que funcionará como Arteterapia. "Para que essa atividade cumpra seus fins, ela deve ser praticada sob o olhar cuidadoso de um profissional. É essa presença ativa do terapeuta que facilitará o processo de perceber e lidar com os próprios problemas e recursos", diz Selma.

"A proposta é trabalhar com o indivíduo de forma holística. Por isso, o que se espera dos terapeutas é que eles sejam hábeis na comunicação das palavras e das imagens", acrescenta Valéria. "No final do tratamento, o paciente deve ser capaz de ver as coisas belas que produziu como algo vindo do 'seu eu profundo', nascido dele, e com o qual poderá abrir sua própria janela para o mundo", completa.

Como as artes plásticas são a base da Arteterapia, algumas pessoas podem se sentir inaptas. Mas, felizmente, há várias opções: música, dança, escrita criativa...

E não se trata, apenas, da necessidade de uma orientação técnica que guie o paciente na reflexão sobre os problemas e na busca da superação das dificuldades. Para Selma, "a arte é a linguagem da alma, por excelência. Porém, o que existe de mais terapêutico é a presença amorosa do outro, que ajuda a identificar as áreas complexas que dificultam o caminhar. O poder da relação é que é extremamente curador - porque, na companhia do outro, é mais fácil transcender a dor".

Para o corpo e a alma

Indicada para pessoas de todas as idades, esse tipo de terapia não possui contraindicações. As sessões têm duração variável (1, 2, ou até 4 horas) e podem ser eficazes no trabalho individual, entre casais, famílias ou em grupo. Útil para combater os males psicológicos e psiquiátricos, ela é, também, coadjuvante do tratamento de disfunções cerebrais. Escolas, centros de reabilitação e de idosos, hospitais e institutos correcionais são alguns dos exemplos onde a Arteterapia pode ser aplicada com sucesso.

Em São Paulo, a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) mantém um ateliê de arte-reabilitação, coordenado pela Arteterapeuta Ana Alice Francisquetti. A união entre arte e reabilitação tem como objetivo promover a melhora da saúde de portadores de paralisia cerebral, acidente vascular cerebral (AVC), traumatismo cranioencefálico etc. Para esse grupo, a Arteterapia é a porta de entrada para o convívio familiar e social, o desenvolvimento motor, psíquico, emocional e cognitivo, auxiliando na reorganização funcional do cérebro.
Mostra dos trabalhos feitos por pacientes da AACD

E não é só. Um recente estudo realizado pela psiquiatra Hanne Stubbe Teglbaerg, da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Aarhus (Dinamarca), confirmou que a Arteterapia reduz a ansiedade e eleva a capacidade da pessoa de resolver problemas. Entretanto, o maior benefício para os praticantes é o fortalecimento do ego. Segundo a pesquisa, o envolvimento pessoal no processo artístico e suas reflexões estéticas estimulam o aprimoramento das competências sociais, permitindo o relacionamento com outras pessoas. Esses resultados garantiram notável melhora na qualidade de vida de pessoas com esquizofrenia que participaram do estudo.

Criatividade e inconsciente

Como as artes plásticas são a base da Arteterapia, algumas pessoas podem se sentir inaptas. Mas as especialistas lembram que é natural cada um ter suas preferências e, felizmente, há várias opções para escolher: música, dança, escrita criativa etc.. "Seja lá qual for a preferência, o que importa é que o processo criativo é terapêutico.

Ele representa a possibilidade de desafiar o velho, permitindo a crença de que criar algo novo, na vida, é possível. E a arte é esse objeto intermediário", fala Selma Ciornai.

E mesmo que alguém esteja impossibilitado de desenhar ou pintar, a observação das obras de arte também pode ser estimulante. "A arte tem poder. E ela pode mover as pessoas de várias formas, desde que aconteça uma conexão de ordem pessoal", diz Neil Springham, chefe do departamento de Arteterapia do Serviço Nacional de Saúde (SNH) da Grã-Bretanha.

Fotos: Shutterstock e Priscila Olandim /Ilustração: Helton Gomes
Obs: Tirado da Revista Viva a saúde
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